Ouro: por que ele é um porto seguro em tempos de crise

Ouro: por que ele é um porto seguro em tempos de crise

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Em meio a mais um episódio de tensão econômica global — como o recente tarifaço anunciado por Donald Trump, agora presidente dos Estados Unidos em 2025 — muitos investidores voltam os olhos para o ouro, um dos ativos mais antigos e tradicionais do mundo. E isso não acontece por acaso.

Neste artigo, vamos entender por que o metal continua sendo visto como um ativo de proteção em tempos de instabilidade, como ele reage a choques econômicos e quais os principais fatores que impulsionam sua valorização.

Por que o ouro é considerado um ativo de proteção

Ao longo da história, o ouro consolidou sua reputação como ativo seguro (safe haven). Em momentos de estresse econômico, geopolítico ou monetário, ele tende a valorizar-se. Isso ocorre porque, ao contrário de moedas fiduciárias (como o dólar ou o euro), ele não depende de políticas monetárias, bancos centrais ou governos.

Além disso, não possui risco de crédito: ele não é uma promessa de pagamento, e sim um ativo tangível com valor intrínseco reconhecido globalmente.

Crises recentes e a alta do ouro

Historicamente, sempre que há volatilidade nos mercados financeiros, o ouro tende a subir. Vimos isso acontecer:

  • Durante a crise do subprime em 2008;
  • No colapso da pandemia em 2020;
  • E agora, em 2025, com o anúncio de novas tarifas unilaterais por parte dos EUA, reacendendo disputas comerciais com a China e a União Europeia.

Segundo dados da World Gold Council (2024), ele subiu mais de 12% no trimestre posterior ao início da nova rodada de medidas protecionistas de Trump, refletindo a busca dos investidores por segurança.

O papel do ouro diante das tarifas de Trump

Com as novas tarifas sobre produtos importados — que afetam setores estratégicos como tecnologia, semicondutores e aço — o mercado teme uma escalada no protecionismo e seus efeitos colaterais:

  • Aumento da inflação global (por encarecimento de produtos);
  • Riscos à cadeia de suprimentos;
  • Retaliações comerciais por parte de outras potências.

Nesse cenário, ativos de risco, como ações, tendem a sofrer. Já o ouro se beneficia como reserva de valor contra a instabilidade monetária e política.

Ouro e inflação: uma relação histórica

Outro fator que favorece o ouro é a alta da inflação. Quando os preços sobem e as moedas perdem poder de compra, ele tende a valorizar-se, preservando o poder de compra do investidor.

Durante os anos 1970 — época marcada por inflação descontrolada e choques do petróleo — ele saiu de US$ 35 por onça para mais de US$ 800 em uma década. Algo semelhante foi observado em 2021–2022, quando os estímulos monetários pós-pandemia impulsionaram os preços do metal.

Como investir em ouro hoje

Investidores têm diversas formas de acessar o ouro atualmente, como:

  • Ouro físico (barras e moedas);
  • ETFs de ouro, como o GOLD11;
  • Contratos futuros negociados na B3 e na CME;
  • Fundos multimercado com exposição ao ouro;
  • Ações de mineradoras com forte correlação ao preço do metal.

Cada modalidade possui vantagens e riscos específicos, e a escolha depende do perfil e objetivos do investidor.

O ouro continua valioso em 2025

Diante de um cenário geopolítico incerto, com guerras comerciais, riscos inflacionários e instabilidade cambial, o ouro permanece como um dos poucos ativos capazes de atravessar crises sem perder valor — e, muitas vezes, ganhando ainda mais destaque.

Seja como instrumento de proteção ou como diversificação de portfólio, o metal cumpre um papel estratégico em momentos de turbulência — como o que estamos vivendo com a nova onda de tarifas de Trump.